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No 1º trimestre de 2022 o consumo médio de gás natural cresce 6,9%

O consumo de gás natural no Brasil, excluindo o mercado de geração térmica, teve um crescimento de 6,9% na média na média acumulada do primeiro trimestre de 2022 (1T22). Somada, a demanda dos segmentos industrial, automotivo, comercial, residencial, cogeração, e outros, chegou a 42,1 milhões de metros cúbicos (m³/dia) – no mesmo período de 2021 (1T21), o consumo tinha sido de 39,4 milhões de m³/dia.  

No consumo de todos os segmentos, incluindo a geração térmica, o País registrou uma demanda de 60,2 milhões de m³/dia na média acumulada do 1T22, o que representa uma queda de 14,3% na comparação com a média acumulada do 1T21, quando foram consumidos 70,7 milhões de m³/dia. Os dados fazem parte de levantamento estatístico mensal da Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), com distribuidoras de todo o País.  

Com a melhora do quadro hidrológico do País, as termelétricas a gás atendidas pelas distribuidoras tiveram um menor volume despachado pelo Operador Nacional do Sistema Interligado (ONS), com queda de 42,2%. 

“O setor de distribuição sempre avalia como principais indicadores de desempenho o mercado não térmico. E a boa notícia é que registramos um crescimento de 6,1% do segmento industrial – e vimos, ainda, a recuperação de outros segmentos afetados pelas restrições decorrentes da pandemia, como o automotivo (19,2%) e comercial (14,3%)”, explica o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon. 

De acordo com Salomon, o gás natural tem papel importante na segurança energética. E as políticas nessa direção são fundamentais, inclusive para preservar a água dos reservatórios hidrelétricos.  

“A Abegás defende que o Ministério de Minas e Energia realize leilões para a contratação dos 8.000 MW de térmicas movidas a gás natural com inflexibilidade de 70% em locais que permitam o desenvolvimento da malha de gasodutos de transporte, com prioridade para o gás natural de origem nacional. Essa medida, além de cumprir a Lei 14.182/21, irá assegurar a interiorização do gás natural, viabilizando a construção de plantas de fertilizantes e energia para a movimentação dos pivôs no agronegócio”, diz o presidente executivo da Abegás. 

Segundo ele, o investimento em infraestrutura é indispensável para que o Brasil possa reduzir o atual nível de reinjeção de gás natural. “Hoje, aproximadamente 70 milhões de metros cúbicos são reinjetados por dia no pré-sal, sem pagamento de royalties ou partilha de produção e impostos. E essa situação obriga o Brasil a importar aproximadamente 65 milhões de metros cúbicos de gás natural do exterior por dia, 50% do nosso consumo”, argumenta. 

Abegás defende políticas públicas para desenvolver mercado de gás 

A Abegás defende que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) reveja os planos de desenvolvimento aprovados dos concessionários de exploração do pré-sal. “A ANP deve demonstrar tecnicamente que é possível reinjetar menos gás natural. Há exemplos em vários países com campos com as características brasileiras (não associados off-shore). É preciso manter o volume de extração de óleo bruto nos poços do pré-sal com melhor aproveitamento do gás nacional, reduzindo a volatilidade dos preços”, observa. 

Salomon ressalta ainda que a ANP e o Ministério das Minas e Energia (MME) devem assegurar que os novos contratos de partilha não terão o desenvolvimento da produção aprovado sem solução para a comercialização do gás extraído, reduzindo a reinjeção desnecessária.  

Outro ponto defendido, em relação a gasodutos de escoamento, é que se utilize a cláusula existente nos contratos de partilha para estabelecer a possibilidade de o concessionário de exploração construir gasodutos de escoamento até o continente, inclusive suas unidades de beneficiamento. “Esses investimentos devem ser classificados como “custo óleo”; ou seja, devem ser reembolsados com o óleo/gás produzido”, aponta Salomon.  

Crescimento na comparação trimestral 

Na comparação trimestral, o destaque foi o crescimento do consumo de GNV. No 1º trimestre de 2022, a alta foi de 19,2% ante o mesmo período imediatamente anterior (1T21) [veja as tabelas abaixo]. 

O número de unidades consumidoras de gás natural já conta com mais de 4 milhões — número de medidores nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo.Hoje, a rede de distribuição espalhada por todo o País chega a 40,6 mil quilômetros.

Consumo no 1T22 vs 1T21 em todos os segmentos* 

Industrial — Teve um crescimento de 6,1%, com um consumo médio de 30,1 milhões m³/dia, mostrando que a melhora dos indicadores da pandemia no início de 2022 colaborou para a retomada da indústria.   

Automotivo — Ampliou 19,2%. Com a crescente alta dos combustíveis líquidos, o GNV segue o combustível automotivo mais competitivo em todas as regiões do País. 

Comercial — Registrou alta de 14,3%, consolidando a recuperação do segmento mais afetado pelo período com maior restrição de mobilidade da pandemia. 

Residencial — Apresentou ligeira alta de 1,2%, sinal de que as distribuidoras seguem trabalhando pela expansão do serviço de distribuição de gás canalizado.   

Cogeração — Aumentou 8,8%, acompanhando o desempenho o segmento industrial. 

Geração elétrica — Recuou 42,2%, em função da melhora da situação hidrológica e dp menor despacho das termelétricas a gás, principalmente no mês de março. O consumo médio no período foi de 18 milhões de m³/dia.  

Destaques do consumo nas regiões: 1T22 

O crescimento dos segmentos automotivo e comercial foi o destaque em todas as regiões. 

Fonte: tnpetroleo

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