A indústria do Espírito Santo apresentou resultados positivos no primeiro trimestre de 2024. O crescimento da produção no Estado foi de 5,5%, superior ao do país, que registrou avanço de 1,9%. A alta capixaba se deve, principalmente, ao desempenho das indústrias extrativa (7,6%) e de transformação (1,5%)
Os dados foram compilados pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e fazem parte da pesquisa de Produção Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE, divulgada nesta quinta-feira (9).
O crescimento de 7,6% na indústria extrativa capixaba nos três primeiros meses do ano é explicado pelo aumento da extração de petróleo e gás natural (P&G) e pela ampliação da atividade de pelotização do minério de ferro. De acordo com os dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), o Espírito Santo produziu uma média de 179,3 mil barris por dia no 1º trimestre do ano.
A presidente da Findes, Cris Samorini, destaca que o desempenho do setor vem sendo acompanhado de perto pela Federação. Ela lembra que, no final de abril, foi lançada pela Findes e pelo Observatório da Indústria a 7ª edição do Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural no ES.
Indústria da transformação
A indústria da transformação, por sua vez, foi positivamente influenciada por três atividades: metalurgia (3,7%), fabricação de produtos de minerais não metálicos (0,9%) e fabricação de produtos alimentícios (0,1%).
A gerente-executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes, Marília Silva, explica que o desempenho da metalurgia está ligado ao aumento da produção de bobinas a quente de aço.
Marília complementa que, para os próximos meses, é esperada uma potencialização na recuperação da indústria de transformação. E, no caso do setor da metalurgia, a continuação do desempenho positivo devido ao aumento das vendas e do consumo nacional de aço.
Indústria do ES é a que mais cresce no acumulado em 12 meses
A produção industrial do Espírito Santo foi a que apresentou o melhor resultado do Brasil no acumulado dos últimos 12 meses, conforme dados da PIM-PF de março, com uma alta de 13,3%. A indústria extrativa foi a que mais contribuiu para o desempenho, com expansão de 21,9%.
Já a indústria de transformação teve queda de 0,4%. Apesar desse recuo, duas das quatro atividades da indústria de transformação registraram comportamento positivo nesta análise comparativa: a fabricação de papel e celulose cresceu 10,6% e a fabricação de produtos alimentícios ampliou 1,5%.
A gerente-executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes, Marília Silva, acredita que nos próximos meses haverá um ambiente mais favorável para o consumo de produtos industrializados.
“A continuidade no corte da taxa Selic – ainda que menos intensa do que esperada no início do ano – poderá estimular o consumo, via melhora no mercado de crédito. Soma-se a esse fator o atual cenário do mercado de trabalho aquecido e da inflação controlada”, pontua.
Fonte: tnpetroleo