A valorização do mercado de petróleo e gás, principal atividade econômica do Rio de Janeiro, em um momento em que se discute a pauta de transição energética foi um dos temas levantados na primeira reunião do ano do Conselho Empresarial de Petróleo e Gás da Firjan. O encontro reuniu representantes de empresas e Hugo Leal, secretário de estado de Energia e Economia do Mar, na sede da federação, em 29/2. Tabita Loureiro, diretora-técnica da Pré-Sal S.A. (PPSA), fez uma apresentação detalhando o gerenciamento de contratos de partilha, alinhado ao cenário futuro da produção na Bacia de Campos.c
Ao tomar posse na presidência do Conselho, Emiliano Fernandes, diretor Jurídico e Institucional da PRIO, disse esperar contribuir para o encaminhamento de pleitos e desafios que afetam diretamente o mercado, entre eles a reforma tributária. “Agradeço a confiança do Conselho em que eu continue o trabalho excelente aqui desenvolvido, para fazer o nosso mercado prosperar diante de tantos desafios que teremos este ano. Espero contribuir para a presença da Firjan e de nosso Conselho em diversas instâncias”, comentou Fernandes.
Reempossada na vice-presidência do Conselho, Magda Chambriard, falou sobre a redução da exploração de óleo na Bacia de Campos e destacou a importância de enfatizar o papel do Rio de Janeiro como capital do petróleo no país.
Petróleo e gás natural da União
Tabita Loureiro fez um histórico sobre a PPSA, empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia, criada em 2013, cujas frentes de atuação são a representação da União nos acordos de individualização da produção e a comercialização da parcela de petróleo e gás natural da União, além do gerenciamento de contratos de partilha. Hoje, a PPSA faz a gestão de nove contratos comerciais, que correspondem a 34% dos royalties arrecadados em 2023.
“Esses nove contratos representam 45% das reservas de petróleo do Brasil, 29% da produção nacional. O óleo do pré-sal hoje é muito competitivo, com 10 quilos de CO2 por barril, diante de uma média mundial de 17 até 20 quilos. Hoje discutimos muito como a PPSA atua para aumentar as ações de descarbonização dentro dos projetos do pré-sal, de forma que consiga entregar para a sociedade brasileira um óleo cada vez mais descarbonizado”, disse Tabita.
Segundo o secretário Hugo Leal, a transição energética não pode ser minimizada nem levar à eliminação de um ativo cuja produção está 80% no território fluminense. “A transição energética começou há mais de 100 anos, e ainda hoje se usa carvão e lenha, em pequena escala, para gerar energia. Todas as formas de energia terão um tempo de convivência para uma transição racional e aceitável”, afirmou o secretário, que participa dos esforços para evitar que o chamado imposto seletivo caia sobre a indústria de óleo e gás. “Esse imposto tem que ser cobrado de segmentos não necessários para a sobrevivência. Não é o caso do óleo e gás, ativo fundamental para a indústria brasileira”, disse Leal.
Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, destacou o trabalho da federação por uma transição energética que busque eficiência para as empresas, e lembrou a necessidade de capacitação cada vez mais exigida aos profissionais. Além de investir na qualificação do profissional, por meio de um recente convênio com o Sebrae e os cursos oferecidos pela Firjan SENAI, a federação vai enfatizar a valorização das pequenas e médias empresas do mercado em, ao menos, três eventos do programa Rede de Oportunidades.
Este programa apoia os fornecedores a se aproximarem de modo qualificado de grandes demandantes. Karine anunciou também uma pauta voltada para o fortalecimento do mercado, com a continuidade da participação da Firjan na OTC Houston em maio, além de uma agenda de atuação para Macaé, entre outros.
Fonte: tnpetroleo