A Petrobras está próxima de iniciar suas atividades exploratórias na Margem Equatorial, que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte, e seus técnicos avaliam que a produção de petróleo estimulará o desenvolvimento econômico de todos os estados compreendidos nessa faixa. Para a Bacia Pará-Maranhão há a previsão de perfuração de dois poços, a partir de 2026. Essas informações foram apresentadas pelos gestores da Petrobras em palestras na Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), quarta, dia 1/2, e na Associação Comercial do Pará (ACP), no dia 2/2.
A Petrobras investirá US$ 2,9 bilhões nos próximos 5 anos, para a perfuração de 16 poços na Margem Equatorial, com início a partir do 1º. trimestre de 2023, conforme o seu Plano Estratégico 2023-2027. Esses dados foram apresentados nos seminários sobre a produção na Margem Equatorial, em Belém. O gerente geral de Ativos Exploratórios da Petrobras, Rogério Soares Cunha, fez uma breve exposição na abertura da palestra da companhia na FIEPA: “Ao buscarmos uma nova fronteira exploratória, como a Margem Equatorial, nosso objetivo é adicionar reservas de óleo e gás, de acordo com a visão de futuro da companhia o que, consequentemente, estimulará o desenvolvimento econômico de toda a região”, explicou ele. A coordenadora de Projetos Exploratórios, Ana Helena Rebelo Anaisse, e a gerente de Mudanças Climáticas, Raquel Campos Cauby Coutinho, palestraram sobre os “Projetos Exploratórios na Margem Equatorial e Transição Energética”.
Ana Helena explicou, durante os seminários, que a Petrobras criou um Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna (CRD), em Belém, como parte integrante da estrutura de resposta a emergências, cuja Licença de Instalação (LI) e Licença Prévia (LP), foram emitidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (SEMAS-PA) ontem, dia 02/02. A palestrante apresentou a etapa posterior do projeto exploratório, a Avaliação Pré-Operacional (APO), um simulado de emergência que é uma exigência do IBAMA para a concessão do licenciamento para a perfuração do poço Morpho, que será realizada a 175km em relação à costa do Amapá e em lâmina d’agua de 2880m.
Durante o evento, a Petrobras demonstrou que está envidando todos os esforços e mobilizando os recursos necessários para a realização da APO. Os recursos encontram-se no local onde será perfurado o poço e estão em processo de vistoria e testes operacionais, tanto pela Petrobras quanto pelo IBAMA, de modo a estarem aptos a realizar as operações. A data para a realização da APO será definida em breve, junto ao IBAMA. Após a realização dessa atividade, a emissão da licença ambiental deverá ser emitida pelo Órgão Ambiental, para o início da perfuração do poço, no bloco exploratório FZA-M-59, em região do Amapá Águas Profundas.
Os planos da Petrobras para a região incluem o compromisso com o desenvolvimento sustentável, como um valor para todas as iniciativas da Petrobras. Raquel Coutinho destacou, em sua fala, os investimentos para fortalecer as iniciativas de baixo carbono. Ela detalhou que, para tanto, a Petrobras investirá US$ 4,4 bilhões, previstos em seu Plano Estratégico. Além da descarbonização, outras prioridades são a produção e oferta de produtos com conteúdo renovável, como o Diesel R e futuramente o BioQAV e os projetos de pesquisa e desenvolvimento, visando trazer oportunidades para diversificação de produtos e fontes de energia.
A expectativa da Petrobras em relação aos fornecedores da região foi um dos temas das falas do gerente geral de Relacionamento com o Mercado Fornecedor, Márcio Pereira. Ele discorreu sobre as premissas de contratação da companhia, baseadas em conformidade e segurança. Além disso, Márcio Pereira explicou os critérios de avaliação do Cadastro de Fornecedores da Petrobras, determinados conforme os tipos de fornecimentos e famílias de bens e serviços. Ele também abordou as ferramentas digitais da companhia, disponíveis para o relacionamento com o mercado fornecedor e a realização das contratações.
O programa da Petrobras, Conexões para a Inovação, foi o tema das palestras do gerente de Inovação Tecnológica do Cenpes, Vinícius Maia de Jesus. Nas duas apresentações, ele explicou que a companhia realiza parcerias com universidades, instituições de ciência e tecnologia e outras empresas, com o objetivo de desenvolver, testar e comercializar novas tecnologias. O programa é orientado para resolver desafios tecnológicos das diversas áreas da Petrobras e o principal critério de seleção é técnico, ou seja, o parceiro selecionado é aquele que demonstra maior probabilidade de ter sucesso no desenvolvimento da solução. Um atrativo importante é que, uma vez desenvolvida e testada a tecnologia, os parceiros podem fornecer a tecnologia em escala para a Petrobras, explicou ainda Vinicius Maia.
Fonte: tnpetroleo