O setor de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis foi o que apresentou maior ganho de produtividade nos últimos dez anos, com aumento médio de 6,1% ao ano entre 2008 e 2018. O índice de crescimento é praticamente o dobro da média do segmento de bebidas, segundo colocado no ranking, com aumento médio anual de 2,9% na produtividade no período. As informações são da pesquisa Produtividade na Indústria, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quinta-feira (30). O levantamento, feito desde 2017, traz pela primeira vez o recorte setorial.
Por sete anos seguidos – de 2011 a 2016 – o setor de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis registrou ganhos elevados de produtividade. No entanto, nos últimos anos, a trajetória ficou praticamente estável. Ainda assim, a produtividade em 2018 foi 80,7% maior que em 2008. O setor de bebidas, com ganhos mais modestos e estáveis, registrou produtividade 33,4% superior na comparação de 2018 com 2008.
Outros setores que apresentaram ganhos de produtividade foram os de papel e celulose, com aumento médio anual de 2,5% no indicador entre 2008 e 2018, seguido por produtos diversos (2,4%) e veículos automotores (2,1%). No outro extremo, com trajetória de perda de produtividade na última década, ficaram produtos farmacêuticos e couro e calçados, ambos com queda média anual de 1,3% na produtividade.
De acordo com a economista da CNI Maria Carolina Marques, para apresentar longos períodos de ganho de produtividade, os setores precisam promover melhorias de gestão e incorporar novas tecnologias. Segundo ela, de 2017 para cá a produtividade na indústria de transformação vem crescendo, mas em ritmo lento. “Para mudar o quadro, é preciso que haja melhora na economia”.
DADOS TRIMESTRAIS – A produtividade é resultado da divisão da quantidade produzida pelas horas trabalhadas. Nos primeiros três meses do ano, ela ficou praticamente estável – queda de apenas 0,1% – em relação ao último trimestre de 2018. Isso reflete a alta de 0,1% no volume produzido, frente ao crescimento de 0,2% nas horas trabalhadas no período.
Ao comparar com o primeiro trimestre de 2018, houve queda de 1,5% na produtividade nos primeiros três meses de 2019. A redução do volume produzido foi de 1,4% enquanto as horas trabalhadas aumentaram 0,2%.
Fonte: CNI